Êxodo 7: A Intervenção Divina – Os Primeiros Sinais Diante da Dureza de Coração
O capítulo 7 de Êxodo marca o início das pragas que Deus envia sobre o Egito como um meio de pressionar Faraó a liberar o povo de Israel. Esses eventos não apenas demonstram a soberania divina sobre as forças naturais, mas também revelam a dureza do coração humano diante da manifestação do poder de Deus. Vamos explorar as nuances desse capítulo, onde as águas do Nilo tornam-se palco para os primeiros sinais de uma intervenção divina inegável.
A Convocação de Moisés
1. “Disse o SENHOR a Moisés: Eu te pus por Deus sobre Faraó, e teu irmão Aarão será o teu profeta.”
- Deus instrui Moisés e Aarão sobre o papel crucial que desempenharão na confrontação com Faraó. Moisés é designado como representante divino diante do faraó, e Aarão assume o papel de profeta, comunicando as mensagens de Deus.
2. “Tu falarás tudo o que eu te ordenar; e teu irmão Arão falará a Faraó que deixe ir os filhos de Israel da sua terra.”
- A divisão de responsabilidades destaca a cooperação entre Moisés e Aarão. Moisés recebe as instruções diretamente de Deus, enquanto Aarão atua como o porta-voz diante de Faraó.
A Primeira Praga: A Transformação das Águas em Sangue
3. “Moisés e Arão fizeram como o SENHOR ordenara; pois, levantando a vara, feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos de Faraó e dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue.”
- O primeiro sinal milagroso manifesta-se quando Moisés, por ordem divina, transforma as águas do Nilo em sangue. Essa praga, além de ser um evento sobrenatural, tem um significado simbólico, desafiando a divindade do rio, considerado sagrado no contexto egípcio.
4. “Os peixes, que estavam no rio, morreram, e o rio cheirou mal, de maneira que os egípcios não podiam beber a água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito.”
- As consequências da praga são sentidas em toda a terra do Egito, afetando não apenas o Nilo, mas também a vida cotidiana e a saúde pública. A resistência de Faraó à libertação de Israel resulta em impactos devastadores sobre seu próprio povo.
A Dureza de Coração de Faraó
5. “Entretanto, o coração de Faraó se endureceu, e ele não os ouviu, como o SENHOR tinha dito.”
- Apesar da evidência clara do poder de Deus, a resposta de Faraó é de dureza de coração. A recusa em ouvir as mensagens divinas revela uma resistência obstinada à vontade de Deus, inaugurando um padrão que se repetirá ao longo das pragas subsequentes.
Implicações Teológicas e Atualizações
O capítulo 7 de Êxodo destaca não apenas a demonstração do poder sobrenatural de Deus, mas também a resistência humana à intervenção divina. As pragas, iniciando com a transformação do Nilo em sangue, não são apenas eventos milagrosos, mas símbolos poderosos do confronto entre o Deus de Israel e os deuses do Egito. A dureza de coração de Faraó serve como um aviso sobre as consequências de se opor à vontade de Deus.
Êxodo 7
1 Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta.
2 Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua terra.
3 Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó, e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas.
4 Faraó, pois, não vos ouvirá; e eu porei minha mão sobre o Egito, e tirarei meus exércitos, meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes juízos.
5 Então os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando estender a minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio deles.
6 Assim fizeram Moisés e Arão; como o Senhor lhes ordenara, assim fizeram.
7 E Moisés era da idade de oitenta anos, e Arão da idade de oitenta e três anos quando falaram a Faraó.
8 E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo:
9 Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei vós um milagre, dirás a Arão: Toma a tua vara, e lança-a diante de Faraó; e se tornará em serpente.
10 Então Moisés e Arão foram a Faraó, e fizeram assim como o Senhor ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente.
11 E Faraó também chamou os sábios e encantadores; e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos.
12 Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles.
13 Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha falado.
14 Então disse o Senhor a Moisés: O coração de Faraó está endurecido, recusa deixar ir o povo.
15 Vai pela manhã a Faraó; eis que ele sairá às águas; põe-te em frente dele na beira do rio, e tomarás em tua mão a vara que se tornou em cobra.
16 E lhe dirás: O Senhor Deus dos hebreus me tem enviado a ti, dizendo: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis que até agora não tens ouvido.
17 Assim diz o Senhor: Nisto saberás que eu sou o Senhor: Eis que eu com esta vara, que tenho em minha mão, ferirei as águas que estão no rio, e tornar-se-ão em sangue.
18 E os peixes, que estão no rio, morrerão, e o rio cheirará mal; e os egípcios terão nojo de beber da água do rio.
19 Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Toma tua vara, e estende a tua mão sobre as águas do Egito, sobre as suas correntes, sobre os seus rios, e sobre os seus tanques, e sobre todo o ajuntamento das suas águas, para que se tornem em sangue; e haja sangue em toda a terra do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra.
20 E Moisés e Arão fizeram assim como o Senhor tinha mandado; e Arão levantou a vara, e feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos de Faraó, e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue,
21 E os peixes, que estavam no rio, morreram, e o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber a água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito.
22 Porém os magos do Egito também fizeram o mesmo com os seus encantamentos; de modo que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
23 E virou-se Faraó, e foi para sua casa; nem ainda nisto pôs seu coração.
24 E todos os egípcios cavaram poços junto ao rio, para beberem água; porquanto não podiam beber da água do rio.
25 Assim se cumpriram sete dias, depois que o Senhor ferira o rio.
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