Êxodo 9: A Intensificação das Pragas – A Mão Pesada de Deus e a Persistência de Faraó
O capítulo 9 de Êxodo marca uma intensificação das pragas enviadas por Deus sobre o Egito como resposta à obstinação contínua de Faraó em não liberar o povo de Israel. Neste capítulo, três pragas adicionais acometem a terra, ressaltando a mão pesada de Deus e a relutância persistente de Faraó. Vamos examinar esses eventos e suas implicações teológicas.
A Advertência Divina
1. “Vai a Faraó e dize-lhe: Assim diz o SENHOR, Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.”
- Mais uma vez, Deus instrui Moisés a demandar a libertação do Seu povo. A ênfase na adoração a Deus como parte essencial da libertação destaca a natureza da aliança entre Deus e Israel.
2. “Se ainda recusares deixá-lo ir e ainda o detiveres, eis que a mão do SENHOR será sobre teus rebanhos que estão no campo: sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas, com pestilência mui gravosa.”
- Deus adverte sobre uma praga que afetará diretamente os rebanhos do Egito caso Faraó persista em sua recusa. Essa advertência destaca a especificidade dos julgamentos divinos em resposta à dureza do coração humano.
A Quarta Praga: Pestilência Sobre o Gado
3. “E o SENHOR fez isso no dia seguinte: todos os rebanhos dos egípcios morreram, mas dos rebanhos dos filhos de Israel não morreu nem um.”
- A pestilência sobre o gado é executada de acordo com a palavra de Deus, demonstrando Seu controle sobre a vida animal. A preservação dos rebanhos de Israel ressalta a distinção divina entre o povo escolhido e os egípcios.
4. “Porém o coração de Faraó se obstinou, e ele não os deixou ir.”
- Apesar do sofrimento infligido pela praga, Faraó mantém sua postura obstinada. Sua recusa em ceder revela não apenas teimosia, mas uma resistência contínua à vontade divina.
A Quinta Praga: Feridas nos Homens e Animais
5. “Eis que a mão do SENHOR será com pestilência muito grave sobre os teus gados que estão no campo: sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas.”
- Uma segunda praga atinge os rebanhos sobreviventes do Egito. Novamente, Deus demonstra Sua autoridade sobre a criação, enquanto os animais sofrem com a pestilência.
6. “E o SENHOR fez isso no dia seguinte; todos os rebanhos dos egípcios morreram, mas dos rebanhos dos filhos de Israel nenhum morreu.”
- A repetição do padrão confirma a distinção clara entre o povo de Deus e os egípcios, uma distinção marcada pela proteção divina sobre os filhos de Israel.
A Sexta Praga: Feridas com Cinzas
7. “Tomando das fornalhas a cinza, Moisés a lançava para o céu; e tornava-se em úlceras que arrebentavam em pústulas nos homens e nos animais.”
- A praga das feridas com cinzas afeta tanto humanos quanto animais, ampliando o alcance da intervenção divina. Moisés, agindo como instrumento, lança a cinza como sinal visível do julgamento de Deus.
8. “E os magos não puderam estar diante de Moisés, por causa das úlceras, porque havia úlceras nos magos, e em todos os egípcios.”
- Os magos egípcios, incapazes de resistir à praga, são afetados diretamente. Esta cena destaca a limitação dos poderes mágicos humanos diante do divino.
A Persistência de Faraó
9. “Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouvia, como o SENHOR tinha dito.”
- Novamente, a narrativa enfatiza a dureza do coração de Faraó. Mesmo diante de múltiplas pragas devastadoras, sua resistência persiste, revelando uma resistência teimosa à vontade divina.
Implicações Teológicas e Atualizações
O capítulo 9 de Êxodo destaca a relação complexa entre a intervenção divina e a resposta humana. As pragas intensificam-se, sublinhando o poder de Deus sobre a criação e Sua capacidade de julgar. A persistência de Faraó, no entanto, ilustra a resistência humana à rendição diante do divino, mesmo diante de julgamentos claros.
Êxodo 9
1 Depois o SENHOR disse a Moisés: Vai a Faraó, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.
2 Porque se recusares deixá-los ir, e ainda por força os detiveres,
3 Eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que está no campo, sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois, e sobre as ovelhas, com pestilência gravíssima.
4 E o Senhor fará separação entre o gado dos israelitas e o gado dos egípcios, para que nada morra de tudo o que for dos filhos de Israel.
5 E o Senhor assinalou certo tempo, dizendo: Amanhã fará o Senhor esta coisa na terra.
6 E o Senhor fez isso no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum.
7 E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se agravou, e não deixou ir o povo.
8 Então disse o Senhor a Moisés e a Arão: Tomai vossas mãos cheias de cinza do forno, e Moisés a espalhe para o céu diante dos olhos de Faraó;
9 E tornar-se-á em pó miúdo sobre toda a terra do Egito, e se tornará em sarna, que arrebente em úlceras, nos homens e no gado, por toda a terra do Egito.
10 E eles tomaram a cinza do forno, e puseram-se diante de Faraó, e Moisés a espalhou para o céu; e tornou-se em sarna, que arrebentava em úlceras nos homens e no gado;
11 De maneira que os magos não podiam parar diante de Moisés, por causa da sarna; porque havia sarna nos magos, e em todos os egípcios.
12 Porém o Senhor endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito a Moisés.
13 Então disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva;
14 Porque esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra.
15 Porque agora tenho estendido minha mão, para te ferir a ti e ao teu povo com pestilência, e para que sejas destruído da terra;
16 Mas, deveras, para isto te mantive, para mostrar meu poder em ti, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
17 Tu ainda te exaltas contra o meu povo, para não o deixar ir?
18 Eis que amanhã por este tempo farei chover saraiva mui grave, qual nunca houve no Egito, desde o dia em que foi fundado até agora.
19 Agora, pois, envia, recolhe o teu gado, e tudo o que tens no campo; todo o homem e animal, que for achado no campo, e não for recolhido à casa, a saraiva cairá sobre eles, e morrerão.
20 Quem dos servos de Faraó temia a palavra do Senhor, fez fugir os seus servos e o seu gado para as casas;
21 Mas aquele que não tinha considerado a palavra do Senhor deixou os seus servos e o seu gado no campo.
22 Então disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e haverá saraiva em toda a terra do Egito, sobre os homens e sobre o gado, e sobre toda a erva do campo, na terra do Egito.
23 E Moisés estendeu a sua vara para o céu, e o Senhor deu trovões e saraiva, e fogo corria pela terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do Egito.
24 E havia saraiva, e fogo misturado entre a saraiva, tão grave, qual nunca houve em toda a terra do Egito desde que veio a ser uma nação.
25 E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, desde os homens até aos animais; também a saraiva feriu toda a erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo.
26 Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel, não havia saraiva.
27 Então Faraó mandou chamar a Moisés e a Arão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o Senhor é justo, mas eu e o meu povo ímpios.
28 Orai ao Senhor (pois que basta) para que não haja mais trovões de Deus nem saraiva; e eu vos deixarei ir, e não ficareis mais aqui.
29 Então lhe disse Moisés: Em saindo da cidade estenderei minhas mãos ao Senhor; os trovões cessarão, e não haverá mais saraiva; para que saibas que a terra é do Senhor.
30 Todavia, quanto a ti e aos teus servos, eu sei que ainda não temereis diante do Senhor Deus.
31 E o linho e a cevada foram feridos, porque a cevada já estava na espiga, e o linho na haste.
32 Mas o trigo e o centeio não foram feridos, porque estavam cobertos.
33 Saiu, pois, Moisés da presença de Faraó, da cidade, e estendeu as suas mãos ao Senhor; e cessaram os trovões e a saraiva, e a chuva não caiu mais sobre a terra.
34 Vendo Faraó que cessou a chuva, e a saraiva, e os trovões, pecou ainda mais; e endureceu o seu coração, ele e os seus servos.
35 Assim o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir os filhos de Israel, como o Senhor tinha dito por Moisés.
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