Gênesis 15: A Aliança de Deus com Abrão – Uma Promessa de Descendência e Herança
Ao adentrarmos no capítulo 15 de Gênesis, somos levados a um momento crucial na jornada de fé de Abrão, onde Deus estabelece uma profunda aliança. Este guia oferece uma análise aprofundada, explorando cada verso para desvendar os significados teológicos e as promessas eternas presentes nesse capítulo que destaca a fidelidade divina e a confiança de Abrão.
Contexto Histórico e a Promessa de Descendência
O capítulo 15 ocorre após a vitória de Abrão na guerra contra Quedorlaomer e após o encontro com Melquisedeque. Abrão, ainda sem filhos, expressa suas preocupações a Deus sobre quem seria seu herdeiro.
Versículo por Versículo – A Visão, a Promessa e a Fé de Abrão
- “Depois destas coisas, veio a palavra do Senhor a Abrão, numa visão, dizendo: ‘Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.'”
- Deus aparece a Abrão em uma visão, tranquilizando-o e afirmando ser seu escudo protetor e recompensa grandiosa.
- “Respondeu Abrão: ‘Senhor Deus, que me hás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer?'”
- Abrão expressa sua preocupação por não ter filhos e questiona se seu herdeiro será seu servo Eliézer.
- “Disse mais Abrão: ‘A mim não me tens dado filhos; eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.'”
- Abrão lamenta a falta de descendência e considera que seu servo Eliézer será seu herdeiro.
- “A palavra do Senhor veio a ele: ‘Não te herdeiro aquele que sair das tuas entranhas, mas o que há de sair de ti será o teu herdeiro.'”
- Deus assegura a Abrão que seu herdeiro não será um servo, mas alguém nascido de suas próprias entranhas.
- “Então, o levou para fora e disse: ‘Olha para os céus e conta as estrelas, se as podes contar.’ E acrescentou: ‘Assim será a tua descendência.'”
- Deus leva Abrão para fora e usa as estrelas como símbolo da numerosa descendência que ele terá.
- “Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.”
- Abrão demonstra fé ao acreditar nas promessas de Deus, e sua fé é contada como justiça diante do Senhor.
- “Disse-lhe mais: ‘Eu sou o Senhor que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te por herança esta terra.'”
- Deus reafirma sua identidade como aquele que tirou Abrão de Ur dos caldeus e promete a terra como herança.
- “Perguntou Abrão: ‘Senhor Deus, como saberei que hei de possuí-la?'”
- Abrão busca uma garantia da promessa divina, questionando como ele saberá que herdará a terra.
- “Respondeu-lhe: ‘Toma-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho.'”
- Deus instrui Abrão a preparar uma oferta ritualística com animais específicos.
- “Ele lhe trouxe todos estes animais, partiu-os pelo meio e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu.”
- Abrão obedece e prepara os animais para o ritual, dividindo-os ao meio, exceto as aves.
- “As aves de rapina desciam sobre os cadáveres; porém Abrão as enxotava.”
- Enquanto Abrão aguarda a presença de Deus, aves de rapina tentam se aproximar dos animais sacrificados, mas ele as afasta.
- “Ao pôr-do-sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que lhe sobrevieram grande pavor e densas trevas.”
- Abrão é envolto por um profundo sono e experimenta grande pavor e trevas.
- “Disse a Abrão: ‘Sabe, com certeza, que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão e afligida por quatrocentos anos;'”
- Deus revela a Abrão que sua descendência será peregrina em terra estrangeira, sujeita à escravidão e aflição por quatrocentos anos.
- “mas eu julgarei a gente a qual ela tem de servir, e depois sairá com muitos bens.”
- Deus assegura que, após esse período, a descendência de Abrão sairá com muitos bens, e Ele julgará a nação que os escravizará.
- “Tu, porém, irás em paz para teus pais, serás sepultado em boa velhice.”
- Deus promete a Abrão uma morte pacífica e uma sepultura digna em boa velhice.
- “Na quarta geração, tornarão para cá; porque a medida da iniquidade dos amorreus não está ainda cheia.'”
- Deus revela que a volta à terra prometida ocorrerá na quarta geração, quando a iniquidade dos amorreus atingirá sua plenitude.
- “Ao pôr-do-sol eis um caldeirão de fumaça e uma tocha de fogo, que passaram por entre aqueles pedaços.”
- Um símbolo divino aparece na forma de um caldeirão de fumaça e uma tocha de fogo que passam entre os pedaços dos animais sacrificados.
- “Naquele mesmo dia, fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: ‘À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates.'”
- Deus formaliza a aliança com Abrão, prometendo a terra como herança para sua descendência, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates.
- “O território dos queneus, dos quenezeus, dos cadmoneus, dos heteus,”
- Deus especifica as nações cujo território será dado à descendência de Abrão.
- “dos ferezeus, dos refains,”
- Uma lista detalhada de nações cuja terra faz parte da promessa divina é apresentada.
- “dos amorreus, dos cananeus, dos girgaseus e dos jebuseus.'”
- A lista inclui amorreus, cananeus, girgaseus e jebuseus.
Significado Teológico e Reflexões Contemporâneas
Gênesis 15 destaca a confiança de Abrão na promessa divina e a resposta de Deus com uma aliança formal. A visão das estrelas, o sacrifício ritual e a promessa de uma terra para sua descendência são elementos-chave desta narrativa. O capítulo também revela a previsão de Deus sobre o futuro sofrimento e redenção de Israel.
Conclusão: Promessa, Fé e Aliança
Este guia detalhado de Gênesis 15 proporciona uma análise aprofundada da aliança de Deus com Abrão. Ao explorar cada verso, buscamos desvendar os significados teológicos e as promessas eternas presentes nesse capítulo que destaca a fidelidade divina e a confiança de Abrão. Que estas reflexões inspirem uma compreensão mais profunda da narrativa bíblica e suas implicações para a fé contemporânea.
Gênesis 15
1 Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.
2 Então disse Abrão: Senhor DEUS, que me hás de dar, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer?
3 Disse mais Abrão: Eis que não me tens dado filhos, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.
4 E eis que veio a palavra do Senhor a ele dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro.
5 Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência.
6 E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça.
7 Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para herdá-la.
8 E disse ele: Senhor DEUS, como saberei que hei de herdá-la?
9 E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de três anos, e uma cabra de três anos, e um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho.
10 E trouxe-lhe todos estes, e partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu.
11 E as aves desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava.
12 E pondo-se o sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caiu sobre ele.
13 Então disse a Abrão: Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos,
14 Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza.
15 E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado.
16 E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.
17 E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão, e eis um forno de fumaça, e uma tocha de fogo, que passou por aquelas metades.
18 Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: « tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates;
19 E o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu,
20 E o heteu, e o perizeu, e os refains,
21 E o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu.